terça-feira, 5 de setembro de 2017

OBRAS DO PORTO DO PECÉM SÃO SUSPENSAS POR FALTA DE RECURSOS


As obras da segunda etapa de expansão do Porto do Pecém foram paralisadas ontem por falta de pagamento do Estado ao consórcio composto pelas empresas Marquise e a paranaense Ivaí. O POVO apurou que o atraso ocorre desde o mês de fevereiro e a cifra beira R$ 40 milhões.

“Atingiu um nível exorbitante (dívida) que não há como tocar. O Estado precisa zerar e mostrar quais as previsões. É preocupante”, destaca uma fonte ligada à obra. Explica que, como sendo uma obra que envolve participação de recursos federais via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Governo do Estado entraria com a contrapartida.

“A situação criou um descompasso. O Estado tem de fazer os aportes para dar equilíbrio ao contrato. O banco está em dia, e o Governo, que faria a contrapartida, está em atraso”, afirma. Ao todo, o BNDES atingiu 90% de recursos executados na obra, ao passo que o percentual do Ceará chegou a 55%.

As obras em questão paralisadas são o berço de atracação de número 9, e uma ponte que liga o continente à área de atracação das embarcações. Ela, inclusive, seria necessária para o escoamento da produção das placas de aço da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). A empresa, inclusive, foi responsável pela construção dos berços 7 e 8 do Pecém. “É cogitado um prazo aproximado de 15 dias para que o Estado se pronuncie sobre o seguimento das obras. Caso não haja ação, ocorrerá o processo de desmobilização (desmonte) da estrutura instalada no terminal”, disse a fonte.

Antes da paralisação, os trabalhadores envolvidos na obra chegavam a 250, entre diretos e indiretos. Por se tratar de uma etapa mecanizada – a construção da ponte e o berço de atracação – o número foi reduzido. Com a capacidade instalada (maquinários e capital humano) o consórcio conseguiria “produzir” até R$ 11 milhões ao mês em obras. Mas, devido ao cronograma do Estado, o valor girava em apenas R$ 8 milhões. Em março, as obras de expansão haviam sido suspensas por atrasos no pagamento do contrato. À época, a Marquise concedeu férias coletivas para os seus funcionários.

Confirmação

O POVO entrou em contato com a Marquise. A empresa confirma a paralisação das atividades. Ressaltou também que caberia ao Governo responder aos questionamentos, já que se trata de uma obra pública. A Secretaria de Infraestrutura do Estado (Seinfra) confirmou a paralisação das obras por fluxo de caixa. E que o Governo do Estado tem conversado com o consórcio para viabilizar a quitação do débito total ainda neste mês.

Obras

As obras físicas da segunda fase de expansão do Porto do Pecém giram em 87% de conclusão. Ao todo, mais de R$ 750 milhões foram empregados, restando aproximadamente R$ 134 milhões para a conclusão da obra.

BNDES


Em dezembro do ano passado, quando a dívida estava em R$ 35 milhões, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) havia informado do desequilíbrio entre o valor que empregava e a contrapartida do Estado.

Por: O Povo

Nenhum comentário:

Postar um comentário