sábado, 22 de outubro de 2016

DEU NO JORNAL O POVO - ORÓS, COMUNIDADES RECLAMAM DE FALTA D'ÁGUA HÁ MESES

À beira do açude Orós, comunidades do Município e de Jaguaribe estão há quase dois meses sem água encanada. O abastecimento parou no período em que o reservatório passou a liberar água, via açude Castanhão, para nove cidades do Vale Jaguaribe e para o sistema metropolitano, fornecendo para Fortaleza, Caucaia e Maracanaú. A situação gerou protesto, na última quinta-feira, 20, na sede na sede da Companhia de Gestão e Recursos Hídricos (Cogerh) que administra o açude, a 352 quilômetros da Capital.
  

Segundo os manifestantes, o açude beneficiaria a Capital, enquanto os moradores da região estariam sendo prejudicados. Conforme João Lúcio Farias, presidente da Cogerh, a situação se instalou devido à quebra de uma bomba necessária ao repasse de água ao sistema Orós-Feiticeiro, que é responsável pelo abastecimento de povoados e distritos da região.


O agricultor Antônio Rodrigues Ferreira, 48, mora na comunidade Sítio Caatinga e diz que há dois meses toda a água do povoado vem em um carro-pipa. Segundo ele, o veículo não dá conta de abastecer toda a comunidade. “Tem bicho perigando morrer de sede já, porque a maioria (dos agricultores) não tem condição de ter esse gasto”, reforça.


Conforme um funcionário da Cogerh que preferiu não se identificar, a falta d’água atinge seis comunidades. Mas, para Francileudo Barbosa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Orós, o número pode chegar a 15. Barbosa relata que os moradores receberam a justificativa em julho de que, por causa da redução do volume, o açude não possuía mais a pressão necessária para a entrega da água. A solução seria bombear até as comunidades, mas o equipamento que foi instalado quebrou.


“A gente sabe que esse sistema foi tirado para poder aumentar a água do rio que vai para Fortaleza. Todo mundo precisa de água, mas isso revolta”, ele diz. “Não justifica a gente ter um açude no nosso quintal e a água não chegar”, dialoga Francileudo.


O presidente da Cogerh rebate a afirmação. Ele relembra que o açude Orós estava sendo preservado e abastecia apenas cidades próximas ao reservatório, “até Jaguaruana”. “Só a partir de setembro a água do Orós passou a ser usada para abastecer mais lugares. A baixa do volume, antes disso, é devido aos cinco anos de seca”, aponta.


Sobre o equipamento, João Lúcio afirma que não houve readequação no sistema no mês citado pelo agricultor. “A bomba já existia e quebrou em setembro. A demora da troca é porque não é um equipamento que estava na prateleira, teve de ser fabricado e comprado. Mas já o foi e a troca acontece neste fim de semana, inclusive sendo acompanhando por uma comissão de moradores”, garante. Até amanhã, o abastecimento às comunidades deve ser restabelecido, afirma.

  
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Conforme o presidente da Cogerh, o restabelecimento do abastecimento das comunidade não afeta a previsão de que o Orós, hoje com 19,33% do volume, chegará ao dia 31 de janeiro de 2017 com 9,9%.


Contudo, ele faz a ressalva de que o retorno da água não é garantia de que água chegue de forma constante.


“Nós estamos passando por uma crise hídrica. Não é possível atender todo mundo 100%”, afirma.



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