segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

PEIXE É USADO NO CONTROLE DO AEDES

Um empresário decidiu, neste município, agir por conta própria para combater o mosquito vetor da dengue, chikungunya e zika vírus. A ação inovadora conta com a "ajudinha" de um peixe de apenas quatro centímetros. A ação, realizada em Caririaçu, vem se repetindo de maneiras diferentes em outros municípios, considerando o interesse comum de conter a proliferação do mosquito.

Este município da região do Cariri, no entanto, se destaca por uma novidade. O empresário Jefferson Pereira, preocupado com os altos índices das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, começou a pesquisar sobre o ciclo de vida do mosquito e encontrou, no site da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), informações sobre um agente natural que se alimenta de ovos e larvas de mosquitos transmissores de doenças, o peixe Poecilia reticulata, conhecido popularmente como "Barrigudinho".

Apesar de ser bem pequeno, o "barrigudinho" pode desempenhar um papel fundamental na eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti. Ele é de rápida reprodução e capaz de sobreviver em locais com pouca oxigenação, conforme explica o agente de endemias Lindomar Cavalcante.

"Tanque, caixa d´água e até tambores são locais em que o peixe consegue sobreviver. Eles se alimentam de matéria orgânica e conseguem eliminar o desenvolvimento das larvas do mosquito". O profissional ressalta, no entanto, que o peixe não evita que o Aedes ponha os ovos, mas sua contém a reprodução.

"O mosquito continua se reproduzindo normalmente, mas o peixe vem e come ovos e larvas, evitando a proliferação. É um peixe pequeno, bonito mas muito faminto", acrescenta o agente de endemias.

Jefferson explica que há uma semana tem trabalhado nessa iniciativa. "Como minha empresa possui aquários para a comercialização de peixes ornamentais, decidi coletar o barrigudinho em seu ambiente natural e distribuí-lo para a população colocar nas caixas d´água, cisternas ou qualquer outro reservatório de água", detalha o diretor comercial da Casa da Pesca.

Distribuição

O empreendedor compra os peixes de uma colônia de pescadores e os doa em sua loja. "É um investimento financeiro pequeno frente ao grande benefício que ele pode gerar à população", acrescenta. Para potencializar a ação, o empresário apresentou a ideia aos agentes de endemias do município, que passaram a ajudar na distribuição. "Em uma semana, já distribuímos quase 900 peixes", disse Pereira.

Vantagens

Segundo Lindomar, durante as visitas domiciliares, os próprios agentes aconselham os moradores a irem até a empresa pegar os peixes, de preferência, um casal. "Outra vantagem é que ele se reproduz muito rapidamente, bastam um macho e uma fêmea para que, em um mês, a população aumente quase 30 vezes", explica.

A única restrição que se deve tomar, é não jogar cloro na água. O peixe não sobrevive ao tratamento químico. "Em locais onde a água é tratada quimicamente não é necessário colocar os peixes, já que nem ele e nem as larvas do mosquitos sobrevivem", finaliza Lindomar.

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) orienta que a melhor forma de evitar a dengue é eliminar os criadouros do mosquito. É importante vedar caixas d´água, tanques e cisternas, lavar e cobrir potes e não acumular água em latas, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus usados, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas.

No Ceará, 87 municípios estão em estado de alerta em vista da alta incidência de vítimas da dengue, zika ou chikungunya. Nos meses de março, abril e maio a atenção será redobrada pelo poder público, em decorrência da estação chuvosa que ocorre no Estado.


Fonte: Diário do Nordeste

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