quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

25 MUNICÍPIOS DO CEARÁ ESTÃO COM ALTO RISCO DE TRANSMISSÃO DA DOENÇA DE CHAGAS: ORÓS É UMA DELAS.

O Ceará possui 25 municípios considerados de alto risco para a transmissão da doença de chagas, pelo grande índice de infestação do Triatoma Brasiliensis, conhecido como barbeiro, vetor da doença que acometeu oito pessoas em Redenção, em 2006; e uma pessoa, em 2008, em Sobral, segundo o Programa de Controle de Chagas no Estado.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), no mundo, existem 162 espécies de vetores, destas, nove vivem no Ceará e cinco representam importância epidemiológica, ou seja, são capazes de transmitir a doença. A velha imagem de proliferação do Barbeiro em casas de taipa, no Interior, tem ficado para trás, já que estudos apontam também a incidência desses insetos nas cidades. Ainda segundo a OMS, 2 a 3 milhões de pessoas no mundo são vítimas da doença de chagas. O difícil é saber quem são e onde estão, já que grande número é crônico, ou seja, a vítima carrega os sintomas por anos, sem detectar.

Para reforçar as ações de combate ao barbeiro, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), por meio do Núcleo de Controle de Vetores (Nuvet), realiza, nesta segunda-feira (15), a Oficina de Implantação da Rede de Monitoramento da Suscetibilidade das Populações Triatomínicas Brasileiras aos Inseticidas. Participarão da oficina coordenadores de endemias e supervisores de campo dos 25 municípios selecionados para início das ações. “A expectativa é de trabalharmos inicialmente com 100 localidades que têm o índice de prevalência”, diz a assessora técnica responsável pelo Programa de Controle da Doença de Chagas, bióloga Cláudia Mendonça.

A principal causa da doença de chagas no Brasil é a transmissão vetorial e, segundo a assessora técnica, a classificação dos municípios foi feita segundo os critérios de vulnerabilidade social e ecológica, onde há alto risco para transmissão vetorial. Além do Nuvet no Ceará, outros dois laboratórios brasileiros foram selecionados para o monitoramento, o laboratório da Universidade de Brasília (UnB) e o da Superintendência de Controle de Endemias de Mogi Guaçu (SP). “Para a implantação da rede de monitoramento, a oficina é a primeira etapa, com a capacitação dos coordenadores de endemias e supervisores de campo. Em seguida, serão realizadas as visitas domiciliares, a coleta dos insetos e testes em laboratório para avaliar se há resistência ao inseticida”, explica Cláudia.

Como ainda não há vacina contra a doença de chagas e sua incidência está diretamente relacionada às condições habitacionais, a melhor forma de prevenção é o combate direto ao transmissor, que prolifera em lugares escuros, sujos e com frestas. Entre as medidas que podem garantir relativa segurança estão manter a casa limpa, organizada e bem arejada, aplicar inseticidas e utilizar a proteção de telas em portas e janelas, principalmente em ambientes rurais.

25 municípios são considerados de alto risco para transmissão: Hidrolândia, Irauçuba, Massapê, Sobral, Croatá, São Benedito, Boa Viagem, Banabuiú, Solonópole, Milhã, Jaguaretama, Jaguaruana, Jaguaribe, Limoeiro do Norte, Quixeré, Arneiroz, Parambu, Independência, Ipaporanga, Baixio, Orós, Umari, Cariús, Quixelô e Tauá.


(Diário do Nordeste) 

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